O menino andava pelas ruas, seu aspecto sujo contradizia seus desejos puros. Talvez a insanidade naquele momento era uma ideia mais lucida que a propria lucidez.
A nevoa era baixa, o frio, a fome, a cede atormentava aquele menino que devagar, arrastando seus pés descalços, traçava um caminho sem rumo. As vezes cansado, sentava-se na calçada e permanecia imovel por algum tempo, então como se recupera-se o folego, levantava e continuava a andar.
Já tinha um tempo que não sentia o calor do sol, sabia que uma hora o amanhecer se tornaria presente, mas era um louca criança, brincando de gente grande que ansiava sonhos, não tinha paciencia para esperar, queria tudo agora e o agora se perdia.
A necessidade do calor era algo superior a necessidade de estar lucido, era como se só isso bastasse. E quando os postes da rua começaram a falhar e a noite se fez mais presente, o sol veio raiar, devagar, distante, quente. Trazendo consigo a esperança de um futuro novo.
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